quinta-feira, 28 de abril de 2011

Platônico

Meu ouvido ao longe capitava uma melodia, como um canto de sábia que abençoava o dia; E nesse clima de poesia nossa história se dá inicio: História a qual; O mal é representado pelas inconstâncias de um vento e o Bem esta na beleza do estourar das ondas de um mar:
Como sempre, insisto em delongar os inicios de minhas prosas, no entanto, dessa vez vou-me numa única linha de pensamento( Apesar de pequenas observações)
Dizem, hoje, que perdeu-se a capacidade de amar verdadeiramente, um “eu te amo” passou a ser como um bom dia e um bom dia passou a ser um- Porque estás há falar comigo? Vai me procurar na esquina!”- Ou seja, dias, realmente, impecáveis, diria: sublimes, para se viver! Nesse clima de carnaval e ironia, duas pessoas se conheceram (Observação de numero um: vocês queridos leitores[será que vocês existem??] devem estar imaginando que vai ser mais uma historia de amor dysnel ou mais um fracasso hollywoodiano , pediria para que continuassem a ler, encarecidamente). Como vinha dizendo, duas pessoas se conheceram, dentre muitas outras que se encontraram e outras tantas que se afastaram. Essas duas possuem uma maravilha em comum, Uma história em nomes, isto é, dois nomes que unidos formam uma história de amor, mas um amor recheado com muitas desilusões, desencontros e tristezas; Seus nomes eram: Yuri e Larissa...( observação de numero dois: Yuri e Larissa são personagens de um filme que se passa na Russia chamado Dr Jivago e vale a pena assisti-lo) e ao som do sábia e as maravilhas de tal história um vento bateu... Mal os dois sabiam que ali começava uma briga da natureza... Alguns mais tardes diriam que é por causa dos nomes, afinal os nomes tendem a um final complicado... Outros diriam que foi um triste acaso da vida; Eu gosto de pensar que foi a história se repetindo.
E naquela tarde ao som do sábia e das ondas batendo o vento fez o encontro se acabar mais rápido, nada que a troca de celulares não conseguisse acontecer... Seria difícil lhes dizer como Larissa chegou em casa, mas como sempre fui muito próximo do Yuri, posso-lhes dizer, um sorriso o domava, na verdade um sorrio o determinava, e foi assim durante o passar da longa ligação, e no fim, junto com o encontro combinado ficava um medo: Sera? Naquela noite eu cheguei em casa no meio da conversa , mas me assustei com as horas gastas pelo meu xará e irmão.. Já que, tal feito nunca ocorrera,( Observação numero três: Já mencionei que o Yuri odiava telefone, não é mesmo?) mas como tinha minhas coisas para resolver a situação nem me chamou a devida atenção... Após a ligação tive uma longa conversa sobre a infância com o Yuri, e nosso tempo de escola- Rimos com algumas conversas de quando tínhamos 15 anos e queríamos ser grandes músicos, esquecendo o fato de nenhum dos dois sermos bons em nada que envolvesse musica.... E, como já era de se esperar, ele me contou o que se passou no dia e o que Larissa o fez pensar e sentir, e de imediato me lembrei do filme dr jivago... passamos a noite vendo-o, e acho que mexi com a ordem natural das coisas!
Após esse primeiro encontro- Sim, eles “ficaram”- Larissa viajou a trabalho para entender melhor como era a situação dos aidéticos na África ( Larissa era médica e pretendia trabalhar ajudando no mundo todo) e o Yuri era formado em Português e Francês, mas tinha aberto um restaurante bem frequentado na cidade, E então passaram-se alguns meses sem os dois se verem, porém algo mais raro ainda aconteceu o Yuri voltou a entrar no msn e os dois conversavam todo o dia- O que me lembrava mais o filme e um pouco de “Faroeste Caboclo” do legião urbana, sempre que eles se falavam e o Yuri abria um sorriso envergonhado e me xingava...
Diria a vocês que foram-se mais 5 meses nessa história, mas seria imprudente afirmar( risadas) tempo nunca foi o meu forte, afinal!
E então, como sempre no meu carro, Yuri foi buscar Larissa no aeroporto, e botaram a conversa em dia – Não sei porque, já que eles se falavam todo dia- durante uma semana, o restaurante ficou em minhas mão ( como se eu não tivesse mais nada o que fazer) e Larissa resolveu não pegar os plantões que a esperavam!( Eles juram que era invenção minha, mas nada me faz acreditar o contrário: o yuri voltou mais magro daquelas “férias”) mas o sorriso que eu virá naquela conversa de telefone quase um ano antes o derrubava novamente; E meu caro amigo, eu juro, que ficaria feliz em dizer-vos que a história terminou assim, mas, um outro forte vento os encontrou, o nome desse vento? Passado... Uma namorada pra dizer a verdade e um ciúme, ou talvez, um erro do Yuri fez Larissa viajar, e o msn erá todo dia novamente conectado, mas respostas não vinham... Até que com 6 meses de solidão Yuri se casa com o passado, quer dizer com a ex namorada! Mas ao passar de um ano o telefone toca, Meio atordoado digo a Larissa que Yuri havia se casado e devido a isso se mudar fora questão de tempo, havia fechado o restaurante e aberto um maior na zona sul da cidade... Pensei ter ouvido um engolir em falso e o chiado do telefone, um até logo sorridente a linha me trouxe e então... Um mês depois Yuri me aparece com malas em casa, o passado havia feito meu amigo se estourar em remorso e irritação, e então contei da ligação perdida , das palavras tristonhas e do até logo seco. Pensei que isso de certa forma fosse ajuda-lo, mas uma lagrima acompanhou o pranto!
Clichês sempre me incomodaram, na verdade, sempre os achei necessários, mas isso não tira a parte de monótono deles, só que esse caso não era clichê, era piegas um estabeleceu no outro o padrão, um não entendi um novo romance se não fosse no outro, e então, me usando como pombo correio, Os dois “pombinhos”(risadas, trocadilho péssimo o meu) voltaram a se encontrar e dessa vez eu também não posso dizer que viveram felizes para sempre, porque ao terminar com o passado Yuri perdeu um dos investidores de seu restaurante e uma crise financeira se estabeleceu, costumo dizer que esse fora o tornado de sua relação, pois mesmo feliz de estar com a Lara (apelido de Larissa) uma depressão se tomou nos olhos de Yuri. Uma depressão tão fundo que Larissa não aguentou, e como era a sua brilhante forma de “fugir” dos problemas, uma viajem foi marcada; Até hoje não sei como meu amigo conseguiu viver com isso tudo, seu amor partindo, seu trabalho se perdendo... Mas então uma luz surgiu, no meio a tristezas Yuri voltou a escrever, e seu blog fez tanto sucesso que com o dinheiro de patrocinadores ele conseguiu recuperar o Restaurante, mas não a felicidade a conta do msn já havia se perdido o numero do celular se fora com o tempo e o sorriso continuava ali, perto, mas tão frágil quanto uma brisa do oceano.
Vou deixar claro, não foi um câncer nem um acidente de carro e caso queiram parar de ler antes de ouvir o triste final dessa historia peço que parem aqui, afinal- vão pensar- é só mais um louco escrevendo sobre romances trágicos e sangue...
Pros corajosos, ou burros e insensíveis que continuarem lendo desejo boa sorte!

Algo chegou a caixa de correio Yuri, Sim, algo chegou eu pensei comigo, então num sono que acabara de se perder com as horas dormindo fui pegar o embrulho, e um vento derrubou uma foto... era a foto de nós Três; E um dor castigou o meu peito, um ronco profundo me fez perceber que havia outra carta idêntica no chão- Uma era pra mim a outra pro Yuri e nelas havia a letra de Lara, então esperei meu dorminhoco amigo acordar para lermos juntos... Na verdade era um pretexto para que aquele sentimento ruim saísse da minha cabeça, mas ele não saiu! E terminamos de ler as cartas antes do telefone tocar, e ainda dar tempo pra um comentário: Yuri, o Yuri me disse, acho que foi a ultima vez que a teremos notícias de Larissa... uma lágrima correu de meus olhos e um caroço desceu na garganta de Yuri. Enfim, antes de falar a notícia que veio do telefone vou reproduzir o que dizia a minha carta, afinal o Yuri até hoje não me deixa ver o que lhe foi dito!

Haha, risada de lei, bonitinho- Afinal não começaria meu ultimo texto de outra forma, Peço-lhe que tome conta do Yuri, e que não chore--não era você o forte, “quase um homem de aço”-- Peço, também que me entenda, foi uma decisão pensada, Você me conhece coração, mais do que o Yuri, mais do que eu mesma, as vezes,( ahh, tá bom via, não me olha assim) sempre... Definitivamente, sua capacidade de me “ler” é incrível. Sua capacidade de amar incondicionalmente , acima de todos os erros, amigo... é fundamental e por isso, passando por cima de tudo, preciso fazer o que é certo... E sem mais delongas, para não te sufocar( ;]) vou direto ao assunto... Vou doar meu coração para uma criança que possuiu meu tipo sanguíneo, raro, eu já vivi demais, estou eternamente apaixonada por alguém que a realidade me separa, com 40 anos, vivendo um romance platônico que não passa de um encontro casual numa andada descontraída pelo calçadão, não há volta, meu amigo, não há... Junto com tua carta, mando também uma para o Yuri, que na tua frente segura o choro, mas que você sabe mutio bem a esta altura já esta chorando! Segure a barra por ele, Te amo!

Meus amigos, parece clichê e a noticia que o telefone trouxe foi: Yuri, segura a barra pelo teu amigo, aqui é a Irmã da Larissa, Angela, lembra? Ela me fez prometer te ligar quando acabace o procedimento, e me fez prometer também encontrar-me contigo quando voltar de viagem, ela tem mais uma carta pra você, que ela quer que entregues para o Yuri assim que ele achar que a superou... Nas palavras dele: Faça-o ver como se fosse um filme que vimos juntos- Totalmente pseudo romântico, mas ele gostava disso- Ps, eu te amo... Bem, beijos então e até logo.
um choro consumiu a ligação, ainda não sei bem se era meu ou da Angela, mas logo percebi que o Yuri não estava mais na sala, então fui correndo ao seu quarto. Sentado num canto da cama ele disse: Te amo, irmão... Não , vai embora vamos conversar... E então mais um ciclo se completo, terminamos o dia falando de nossa infância assim como terminamos o dia em que eles se conheceram conversando sobre nossa infância!

domingo, 3 de abril de 2011

Quantos anjos se levantam pra ver
a morte de um ser em detrimento do viver?
quantos anjos se deitam ao perceber
que aquela alma é só mais uma há morrer?

Diga, oh anjo, que não sabe mais
o que é realmente viver em paz
num céu abarrotado de almas mortas
um céu que, perdido, se enche de histórias remotas

Vivendo a se perguntar:
como pode até mesmo o céu superlotar?
num local, seco, cheios de amarguras e solidão
parece até mesmo o que chamamos de prisão

um presidio onde nos coloca a morte
e alguns, em coragem ou loucura, chamam de sorte
preferiria viver na busca das felicidades terrenas
do que ir conhecer os campos lotados de passados apenas