terça-feira, 30 de agosto de 2011

A união de mentes fajutas

Já vem crescendo as plantas dessa imaginação
vem crescendo em ramos, fortes, sem necessitar de razão
uma flor brota da naturalidade da vida
brota da felicidade e harmonia contida

e como a planta eu vou escrever
pra ver se você entende o que é crescer
o que é compor quando o assunto é você
as palavras brotam nesse vaso, achatado, do meu querer

buscam essa melodia conjunta
surgida de uma dor, de uma letra, uma musica
surgida da união de duas mentes fajutas
que juntas se tornam uma

e como a planta eu vou escrever
pra ver se você entende o que é crescer
o que é compor quando o assunto é você
as palavras brotam nesse vaso, achatado, do meu querer

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Do azul, céu ao olhar

Permita-me a delicadeza de dizer
sem rodeios o que vim te dizer
mesmo sem certeza do que é dizer
seus olhos são mais lindos do que a certeza de viver

esse azul cristalino que imita o céu
as ondas mais límpidas que vivem ao léu
compõem em melodia a certeza do véu
que darei pra ti quando tornares a ter tal papel

és minha musa, agora, sedutora
com seus olhos de mar e céu, gladiadora
dedico-lhe todo meu possível amor
me torno passível a todo seu intimo e vasto ardor

deves me rir quando ler tal pedaço de loucura
da insanidade veio a ternura, pois saiba,
mais louco do que a loucura só o amor
Que invade devora e maltrata toda classe, toda cor

sem preconceito ele arrasta todo o corpo
sem escolha devora-te os olhos
sem razão respira-te teu já escolhido ar
e mesmo sem dor pensas em chorar

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

o canto do sabiá

Marcarei o passado pra poder passar
delimitarei as linhas por onde escrever
mas é verdade que nunca sigo o que quis
sempre peço a mim mesmo um motivo de bis

tento me adestrar como arma
mas sempre me armo uma armadilha
e perco-me em meio a feridas
entregue aos pássaros da minha vida

os corvos que comem meu pensamento
os urubus que invadem meus medos
mas o sabiá, que me diz que eu sei cantar
é o sabiá que me diz o necessario pra recomeçar

Capitalismo Inatural

Um barco navega nesse mar de oceano salgado
salgando os olhos de quem vislumbrado olha pra frente
como sem pensar em nada, limpa os olhos e a mente
e agora segue recheado de cor, sal e de presente

Um ato simples de cordialidade da natureza
um ato de amor, de carinho e de proteção da beleza
uma foto, uma razão, um ar de perdido em imensidão
pra nos mostrar que só somos parte de um todo sem razão

Vivemos a busca da paz e da inspiração
procuramos lucro e dinheiro como explicação
morremos atolados de preocupação
e descobrimos que o dinheiro não traz conforto e nem proteção

O dinheiro traz inveja e acumulação
traz falta de respeito e imposição
mata, maltrata, molda e cria corrupção
invoca, apavora, procria discriminação

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A QUEBRA DE PAPEIS NO ÂMBITO FAMILIAR

Neste texto pretendo fazer uma análise acerca da quebra de papeis na família, isto é, procurarei, através de exemplos, analisar como dentro de uma família um dos membros desconstrói seu papel e com isso modifica os “laços” anteriormente estabelecidos; porém, antes disso, citarei Marx e seu conceito de família burguesa ocidental para assim poder explicar como ocorre a quebra descrita.
Segundo Marx (1848) a família burguesa é uma instituição voltada para a acumulação individual de capital, onde os filhos são educados em casa, com seus próprios costumes e crenças para assim continuarem a propagar a individualidade e o nome de cada família. Dentro de tal instituição, cada membro tem um papel a representar: o filho homem deve continuar os passos do pai, enquanto a filha deve casar-se com um homem forte e imponente, e a mulher (mãe) deve “cuidar” dos afazeres domésticos. Desta forma, podemos perceber que na família burguesa o papel principal é destinado ao homem, ao pai, e a mulher tem papel secundário, portanto trata-se de uma sociedade individualista e patriarcal.
Com base nessa inferência, o texto analisará algumas situações cujo papel de um dos membros da família é alterado. Passo agora a tratar de dois casos específicos: o caso Woody Allen e o de Lolita.
No caso de Allen seu casamento chega ao termino quando Mia Farrow, sua esposa, descobre que ele e sua filha adotiva Soon-Yi mantinham um relacionamento amoroso. Neste caso houve três quebras de papeis: Soon deixa o papel de filha e passa a ter o de mulher, enquanto Woody passa do papel de pai para o de marido e Mia deixa de ser mulher e mãe para ser sogra (consta-se aqui que tal papel não é nem mencionado por Marx). Em Lolita: Humbert casa-se com a Sra Haze mãe de Lolita, mesmo encantado com a filha dela. Ao perceber tal encantamento, lendo um diário, Sra. Haze corre desesperada e acaba morrendo atropelada. Ao fim disso, Humbert vai dar a notícia para Lolita, que estava no colégio interno, e ambos começam uma relação amorosa. Nota-se que existem as mesmas quebras de papel que no caso Woody Allen.
É importante concluirmos, que em ambos os casos há quebra dos papeis no interior da família burguesa, onde, as atitudes das personagens indicam uma mudança de valores dentro dessa instituição.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Meu querer te sentir

A mentira seca minha garganta molhada
e dela tiro a água necessária
para tornar-me fonte de dor salgada
afinal o amor vem doce, mesmo quando maltrata!

Trazido de ambíguo mundo de dor
seqüelas matam meu odor
matam minha fonte de amar, e de receber amor
só quero me vingar do dono, do ator

quero atuar, em vida, mais uma paixão
escolher a dedo o teu coração
deitar-me junto com teu corpo em tesão
dizer em tua boca, respirar tua respiração!

e num golpe de sorte, arrancar um grito
me inspirar no respirar deste gemido
e do minuto seguido secar tua existência
tornando-a minha sem chance de penitência

e para receber o novo sol abrirei-ia os olhos
no travesseiro sentir teus cabelos
e como o vento: o frio do corpo nu,
amar-te-ia mais pra sentir o teu suor.

domingo, 7 de agosto de 2011

Menina

menina, tu sempre foi minha razão
da minha escrita, tu eras a direção,
e afundado numa dor eu permaneci
até entender que com nosso termino eu cresci

menina, olha só minha explicação
tú virastes minha melhor canção
afinal, foi-te a única dona do meu coração
e agora te mando embora, como quando me disses não

"Não, você não me serve mais
achei naquele nosso 'amigo' minha paz
cresci tentando ser muito boa pra ti
mas hoje vejo que sou teu trofeu pra exibir"

E só me resta sorrir
porque do choro você ja me privou
me arrancou do peito o motivo que nos faz amar
e me ensinou, antes de sofrer, o que é se odiar

e disse mais ou menos assim:

"Não, você não me serve mais
achei naquele nosso 'amigo' minha paz
cresci tentando ser muito boa pra ti
mas hoje vejo que sou teu trofeu pra exibir"

sábado, 6 de agosto de 2011

O sentimento e a Linguagem:

Eu a olhei, meio incrédulo, meio cético demais; E ao perceber que olhando pra ela significado algum vinha a minha mente, forcei-me a significado dar.
Afinal como olhar pra tão divina situação e de todas as coisas que passaram por minha mente, nenhuma me trouxe o conceito para aquilo tudo? E nessa indefinição fiquei por longos e longos dias, até que, sem pensar, a vontade de dar significado caiu, mas continuava e só aumentava a vontade de olha-la todos os dias.
E a olhava quieto, olhava por alto sem dizer uma palavra que lhe contasse minhas vontades e minhas indefinições, alguns me diziam que eu tinha a incrível capacidade de me deixar apaixonar, e criaram significado pra algo que não havia, e continuava sem haver, entretanto aquela certeza de tais pessoas me fez voltar a pensar no significado disso tudo. E coloquei-me a estudar: Comecei por paixões de romance; Vindo desde fracassos machadianos até amores utópicos da ficção Russa, porem nenhum deles me dizia o porque de ainda não achar o procurado significado, então comecei a estudar linguagem passei por Foucault e Nietzsche, passei por Aristóteles e o principio do simbolismo, então achei o que procurara; O ser humano, enquanto ser, perdeu a essência dos sentimentos e do espanto; A medida que em visualizar as coisas, as imagens e as belezas atribuiu a elas palavras e pré-conceitos.
Sendo assim, achei beleza em não haver significado pra tais acontecimentos e me deixei levar sempre me surpreendendo por cada brecha, por cada sorriso e por cada briga.
Afinal não havia nome pra dar, atitudes a tomar.
Quando estava com ela, só restava há nós dois algo que ao crescer só gerava mais espanto e mais vontade de continuar!