terça-feira, 21 de junho de 2011

Um beijo perdido e adjetivado

Palavras vão ficando pelo caminho
assim como ficou o caminho que vivemos
e não há nada nesse mundo que me faça esquecer
aquelas horas de devaneio que você me fez viver

parece repetitivo falar de você,
mas a verdade é que eu falo de mim
o que é mais do que claro decair sobre ti
afinal, fez-te parte do meu eu, é clichê, é assim

Hoje, ainda seria absurdo tentar correr,
mas quem não corre de um sofrer
e tenta achar num outro amor, algo pra escapar da dor?
E qual amor, no fim, não vem acompanhado de certa dor?

é engraçado dizer, mas, o fato é que continuamos
vivendo um pelo outro, mesmo sem querer
num contato ardente sem hora ou razão
vivemos longe, mas sempre tentando vingança num imparcial coração

E pra finalizar você precisa saber separar doce de amargo
ao leite ou recheado, o sentimento sempre tem um adjetivo ao lado
só precisamos, juntos, aprender, como faremos pra reverter
o amargo em que sentimos na língua, nessa boca que te beija de forma ambígua

domingo, 12 de junho de 2011

O que se dera dos míopes olhos

Quebraram o vidro da lente
meu olho embaçado maltrata a mente
miopia dissolvia a vista a frente
estava perdido, confuso e doente

O sol clareava um carro na direção
ouvi gritos e estouros perdi a razão
acordei, ainda sem enxergar uma solução
mas agora eu via o que se dera da situação

um corpo esmagado no caixão
uma mãe chorando e também um irmão
vi uma pessoa flutuando na escuridão
e descobri que do meu corpo o espírito virou emoção

e minha mente perdida sem lente
continua vagando doente
a procura de uma cura somente
para poder parar de vagar simplesmente